Foi nesse último suspiro de raiva e desilusão que percebi. A lua já ia alta no céu, e soprava um vento frio, arrepiante. Contudo, nada senti, sufocada pela fúria e angústia do momento.Imaginei-me a saltar-te em cima, em cenários de tortura macabra que jamais terei coragem de revelar. Imaginei que se materializavam na minha boca todas as palavras soltas na minha mente, ansiando por te apunhalar. Imaginei. Forcei. Mas nada saiu. Fiquei ali, simplesmente, coberta por um manto de fragilidades, tendo em mim uma única certeza. Acabara de perder um amigo.
Todas as conversas, todas as brincadeiras, todos os risos e invenções que experimentáramos se esvaíam. Transformadas em líquido, corriam furiosamente pelas minhas faces, queimando como se de ácido se tratasse, deixando atrás de si os sulcos de um passado que, sabia agora, jamais se repetiria. Todo o respeito, e consideração que ainda tinha por ti, todos os pequenos pormenores positivos que ainda restavam, toda a possibilidade de uma separação amigável, em que a amizade perdida seria mais tarde recordada com carinho, foram de repente sugados, como uma nuvem que passa e tapa a luz da lua.
Mas para nós, seria sempre lua nova.
Todas as conversas, todas as brincadeiras, todos os risos e invenções que experimentáramos se esvaíam. Transformadas em líquido, corriam furiosamente pelas minhas faces, queimando como se de ácido se tratasse, deixando atrás de si os sulcos de um passado que, sabia agora, jamais se repetiria. Todo o respeito, e consideração que ainda tinha por ti, todos os pequenos pormenores positivos que ainda restavam, toda a possibilidade de uma separação amigável, em que a amizade perdida seria mais tarde recordada com carinho, foram de repente sugados, como uma nuvem que passa e tapa a luz da lua.
Mas para nós, seria sempre lua nova.