Em frente ao rivoli, o rapaz estende-lhe a mão, puxa-a para ele, e murmura: "amo-te". A palavra faz-lhe cócegas nos ouvidos, percorre-lhe o corpo como um arrepio, e ressoa na sua mente. Nesse instante ica com a certeza de que esse momento nunca se apagará da sua memória: o cheiro dos legumes a ser cozinhados no andar de cima, o som de palmas no final de uma peça de teatro, e aquele olhar intenso e sincero, que só por si evoca uma quantidade de sentimentos que só os dois poderão experimentar. O mundo pára de girar, e todos se imobilizam enquanto a respiração acelera e o tum-tum do coração se faz ouvir mais alto. Os seus lábios unem-se então, num pacto eterno de amizade e cumplicidade, de carinho e aceitação.
Ao longe, uma rapariguinha rota e mal vestida olha-os. Tem os olhos marejados de lágrimas. As gentes que passam julgam tratar-se da dor de um amor passado, das feridas abertas que traz no peito. Nunca imaginam tratar-se apenas de duas gotas de alegria, por presenciar à sua frente um dos mais belos sentimentos do mundo. Por saber que esse homem lhe pega na mão com o cuidado que teria com uma boneca de porcelana. Por saber que essa mulher que ali está sorri finalmente, e é feliz.
5 comentários:
Uau... :)
ainda bem que gostaste Arisu! :)
que historia *.*
escreves tao bem.
nao, é amiga. :/ mas acabou por passar (:
numa coisa estas repleta de razao, sao todos todos iguais, quanto mais me tentam provar que nao existe um estereotipo de rapaz mais eu acredito que realmente existe O.O
obrigada pelo elogio Ruu. :')
Volta sempre.
Espetacular, escreves realmente muito bem.
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