Dizia um amigo meu que estão a faltar neste blogue posts a falar mal de coisas. Serve o presente para lhe fazer a vontade, portanto. E se é para falar mal de coisas, porque não falar mal de pessoas que falam mal das coisas?!
Com efeito, todos os dias ouvimos alguém queixar-se de algo. Ou o autocarro que se atrasou, ou a vizinha de baixo que faz muito barulho e não deixa o menino dormir, ou o mau gosto da colega, que levou uma camisa rosa choque para o trabalho.
Não me interpretem mal. Como pessoa (e, sobretudo, mulher) que sou, também eu gosto desse maravilhoso passatempo que é implicar com as coisas. O problema não é, portanto, a má lingua, mas tão somente o facto de que as pessoas já não sabem falar mal.
Com efeito, todos os dias ouvimos alguém queixar-se de algo. Ou o autocarro que se atrasou, ou a vizinha de baixo que faz muito barulho e não deixa o menino dormir, ou o mau gosto da colega, que levou uma camisa rosa choque para o trabalho.
Não me interpretem mal. Como pessoa (e, sobretudo, mulher) que sou, também eu gosto desse maravilhoso passatempo que é implicar com as coisas. O problema não é, portanto, a má lingua, mas tão somente o facto de que as pessoas já não sabem falar mal.
Por um lado, são demasiado caprichosas. Já não criticam só o que está mal, mas também o que não está bem, o que está bem mas devia estar melhor, e o que está óptimo mas foi outro a fazer. E põe tudo no mesmo saco, agitam bem e tiram sempre os mesmos motivos; uma mão cheia deles, todos semelhantes e que não compremetam muito a coisa - "não gostei", "está mal", "foi fraco".
Há ainda o caso extremo, em que acto e pessoa se fundem e, enrolando-se na má língua dão origem à língua afiada. Aí, os motivos já são em maior quantidade e mais originais, que uma pessoa, para insultar outra, tem sempre o que dizer. Se a Fifi da mercearia deixou cair o troco para trás do balcão, torna-se logo uma ladra, que sempre escondeu dinheiro numa das botas, quando o patrão não estava a olhar... Que só abusa da bondade do pobre senhor, já tão velhinho... E afinal verifica-se que toda a gente sempre se soube que ela era má rés, só não se lembraram foi de dizer...
Enfim, já não se sabe dizer mal em Portugal, é o que é. E os que dizem não passam de uma cambada de anormais e deficientes, sem mais nada para fazer - faltava dizer isto, que me estão a acabar os argumentos.
Há ainda o caso extremo, em que acto e pessoa se fundem e, enrolando-se na má língua dão origem à língua afiada. Aí, os motivos já são em maior quantidade e mais originais, que uma pessoa, para insultar outra, tem sempre o que dizer. Se a Fifi da mercearia deixou cair o troco para trás do balcão, torna-se logo uma ladra, que sempre escondeu dinheiro numa das botas, quando o patrão não estava a olhar... Que só abusa da bondade do pobre senhor, já tão velhinho... E afinal verifica-se que toda a gente sempre se soube que ela era má rés, só não se lembraram foi de dizer...
Enfim, já não se sabe dizer mal em Portugal, é o que é. E os que dizem não passam de uma cambada de anormais e deficientes, sem mais nada para fazer - faltava dizer isto, que me estão a acabar os argumentos.
2 comentários:
Não podia estar mais de acordo contigo, se há coisa que nos faz falta hoje em dia, é gente que saiba discutir, debater e, no fundo, dizer mal como deve ser, sem cair no insulto fácil!
P.S. - Merci beaucoup^^
Tu é que tás smp a dizer mal ó ! Isto também tem que haver experiência am saber dizer mal, senão corremos o risco de ser mal interpretados...há que saber expor a má lingua...para a mesma não ser confundida com o insulto.
Beijito* Pequenito* :P
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