Há palavras escritas com letras invisíveis, ditas por lábios mudos a ouvidos que não as querem ouvir. São os sorrisos e lágrimas derramadas pelo mundo, escondidas entre sombras e esquinas, paredes riscadas por declarações de amores eternos há muito acabados, e estações de metro abandonadas. São os assobios do vento que nos entram pela janela em noites de tempestade, o barulho dos tacões altos a percorrer um corredor vazio, o cheiro do verão à beira rio, as luzes de natal numa rua movimentada.
São essas palavras que chegam até nós sem darmos conta, que quebram as barreiras invisíveis que impomos a nós mesmos, e nos fazem sorrir, mesmo se vamos sozinhos na rua, e todos nos olham de lado por sermos simplesmente diferentes - neste mundo cinzento a girar a mil à hora, nos vagueamos simplesmente, sem qualquer rumo, carregados de cor.
Sem comentários:
Enviar um comentário